Entrevista: Rodrigo Strauss

Para saber o que é esse blog, leia o post Hello World.
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Explicação da mudança de foco desse blog e entrevista com o Rodrigo Strauss.

Olá, pessoal. Estou postando aqui depois de meses deixando esse blog meio abandonado e deixo aqui minha justificativa e pedido de desculpas:

Como escrevi nesse post do dia 04/08 do ano passado, arrumei um emprego que me desviou totalmente do foco que eu propus inicialmente nesse Blog. Como vocês podem perceber, já passei do prazo que eu mesmo propus (30 de janeiro). Acabei congelando meus estudos de C++ e estou postando novamente agora, pois voltei a estudar; dessa vez com mais calma, mas com a inspiração redobrada. =)

Voltei a postar da melhor forma possível: a tão aguardada entrevista com o Rodrigo Strauss, do 1bit, que pediram nos coments. Na verdade, essa entrevista foi feita em 14 de agosto do ano passado e segue abaixo, na íntegra.

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Qual foi a sua motivação para começar a programar? Foi com C++ direto?

Eu comecei a programar com 12 anos e é uma história curiosa. Eu adorava vídeo game e lia todas as revistas que existiam do assunto (Ação Games, GamePower e algumas gringas quando eu conseguia). Eu sabia as especificações de todos os consoles e realmente me interessava. Quando alguém me perguntava o que eu queria ser quando crescer, eu dizia que queria fazer jogos de vídeo game. Mas eu não tinha idéia de como um jogo era feito, não sabia que eu jogo era programado.

Minha mãe trabalhava na UNESP de Botucatu e me arrumou um emprego para trabalhar em um centro acadêmico por lá. Lá eu descobri o “Polo Computacional” da UNESP, onde os alunos e funcionários podiam usar os computadores. Isso parece ridiculamente comum hoje em dia, mas em 1992 era algo completamente novo. As máquinas eram PCs XT com DOS e rede Novel, e eu comecei aprendendo a usar DOS, Banner, PrintShop, Word 5. Como eu fiquei realmente fascinado por aquilo, fui até a biblioteca da UNESP procurar uns livros para aprender mais (imagina a cena de um garoto de 12 anos fuçando nas estantes da uma universidade procurando livros de informática). Os primeiros livros que eu peguei foram um de DOS 5 e outro de BASIC. Foi esse o comço de tudo.

Comecei a programar em C++ em 1997, por que o Visual Basic já estava ficando muito limitado. Eu estava usando muito Win32 e aquele monte de Declares já estava ficando complicado demais.


Quais programadores brasileiros você mais admira? Por quê?

Wanderley Caloni e o Fernando Roberto. Existem outros caras que eu julgo muito bons (Pedro Lamarão da lista C & C++ Brasil é um deles), mas eu já trabalhei com esses dois e foram eles que me socorreram e ainda socorrem nas dúvidas mas complicadas. Apesar de eu programar a muito anos, as vezes eu também preciso de ajuda... :-)

Tem uma história muito engraçada do Wanderley. Eu tinha acabado de formatar uma máquina e instalado o SO, mas a máquina não dava boot. Pedi socorro para o Wanderley e ele perguntou: “Você colocou a partição como ativa e ‘bootável’?”. Eu respondi que não, tinha esquecido disso. Ele voltou para mesa dele, pegou um disquete de boot, reiniciou o máquina e abriu o Norton Disk Editor. Abriu o disco no editor hexa e mudou um byte lá no meio. Tirou o disquete, reiniciou a máquina e tudo funcionou.


Quais programadores estrangeiros você mais admira? Por quê?

Esse é mais complicado, porque eu costumo acreditar que o cara é bom de verdade depois de trabalhar com ele e vê-lo realmente fazendo. Conheço bastante gente que fala bastante mas na hora de fazer um software estável e com prazo e orçamento finito não consegue. Como diz um camiseta no Think Geek, “Talk is cheap, show me the code”.

Eu gosto muito dos autores clássicos do C++ (Bjarne Stroustrup, Scott Myers, Herb Sutter e Andrei Alexandrescu), e dos clássicos de Win32 (Charles Petzold e Jeffrey Ritcher). Gosto muito também do Russinovich do Sysinternals. Bom, não é a toa que viraram clássicos...


Poste alguns links que você acha úteis (pode ser artigos seus, de outros programadores ou até um site com recursos úteis).

Eu gosto bastante dos meus artigos para iniciantes, o “Como ser um programador” e “Como ser um bom programador”, além das coisas que eu já escrevi no blog sobre mercado de trabalho. Eu escrevi o que eu gostaria e precisava ter lido quando eu estava começando, e fico bem feliz que eles tenham ajudado tanta gente (eu sei disso porque o pessoal me manda e-mail agradecendo).

De brasileiro, eu leios os blogs do Wanderley e do Fernando. Dos gringos o “The Old New Thing” do Raymond Chen é essencial para quem programa C++ para Windows. O Code Project tem muita coisa boa de C++ para Windows, muito do que eu aprendi veio de lá. O Michael Dunn escreve bastante lá e ele é muito bom.


Acho que já está bom. Essa última pergunta é só pra vc se despedir e escrever o que quiser.

Espero que você continue seu blog e que ele te sirva para, daqui uns anos, ver o quanto progresso você teve. Seria bem legal se eu tivesse escrito um diário ou algo assim sobre as coisas que eu estudei...

Comentários

Anônimo disse…
Abandonou o blog de c++?

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